A última caminhada..
O sol já vai baixo, tal como os olhares que se cruzam no pequeno trajecto até aos sete palmos de terra que esperam a urna. Ainda que na dor unidos, os pesarosos e chorosos contrastam com aqueles que se reencontram muitos anos depois e se abraçam calorosamente. Vêem-se os indecisos corpos titubiantes..O passar dos anos e o adensar dos traços, deixaram a mente menos agil. Um pequeno gesto, o modo de andar, mas principalmente a voz, fazem despertar as mentes letárgicas desse vazio. Na busca dessa luz, casais comentam entre si a identidade daqueles com que se deparam, e quando a um consenso chegam, avançam por entre o pranto, até ao alvo. Muitas vezes, os abordados, desconhecendo aqueles que de forma tão calorosa os saúdam, respondem de forma indecisa, deixando bem patente a incómoda ignorância. Seguindo-se o touché inevitável “Quem sou eu?!” Após a resposta e a plena e mútua identificação, a perfusão de sentimentos antagónicos é gritante. Enquanto uns choram compulsivamente a partida de um, outros reencontram aqueles que já julgavam perdidos para todo o sempre. Dor e alegria fundem-se de forma tão aberrante, mas quiça tão verdadeira, neste infeliz, mas precioso ponto de encontro. A terra começa a movimentar-se, e o sol desce dando lugar à noite.
O sol já vai baixo, tal como os olhares que se cruzam no pequeno trajecto até aos sete palmos de terra que esperam a urna. Ainda que na dor unidos, os pesarosos e chorosos contrastam com aqueles que se reencontram muitos anos depois e se abraçam calorosamente. Vêem-se os indecisos corpos titubiantes..O passar dos anos e o adensar dos traços, deixaram a mente menos agil. Um pequeno gesto, o modo de andar, mas principalmente a voz, fazem despertar as mentes letárgicas desse vazio. Na busca dessa luz, casais comentam entre si a identidade daqueles com que se deparam, e quando a um consenso chegam, avançam por entre o pranto, até ao alvo. Muitas vezes, os abordados, desconhecendo aqueles que de forma tão calorosa os saúdam, respondem de forma indecisa, deixando bem patente a incómoda ignorância. Seguindo-se o touché inevitável “Quem sou eu?!” Após a resposta e a plena e mútua identificação, a perfusão de sentimentos antagónicos é gritante. Enquanto uns choram compulsivamente a partida de um, outros reencontram aqueles que já julgavam perdidos para todo o sempre. Dor e alegria fundem-se de forma tão aberrante, mas quiça tão verdadeira, neste infeliz, mas precioso ponto de encontro. A terra começa a movimentar-se, e o sol desce dando lugar à noite.
2 Comentários:
Curti o texto!
Até irrita de tão bem escrito que está! Continua a deliciar-nos com essas tuas pérolas literárias:) Beijinhos
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