1649-014

Aqui suplantam-se os intelectuais...

domingo, setembro 24, 2006

Energia alternativa?

Numa altura em que o ultimo relatório relativo à dependência energética da Europa, aponta Portugal, como o segundo país mais dependente do exterior em matéria de energia (apenas à frente do Chipre que depende totalmente do exterior), numa altura em que as famílias pagam o défice “a prestações” na factura da electricidade, em que a tendência dos valores dessa factura é apenas ascendente, sem que haja liberalizações que lhe valham, acresce ainda a crise petrolífera em que vivemos. Na verdade, parece que entramos numa crise contínua em que o ouro negro que faz roncar as maquinas e acender as lâmpadas, começa a adivinhar o seu fim; não só pela especulação bolsista se lhe antevê a escassez, mesmo por uma questão racional da sua inevitável e cada vez mais próxima, “extinção”.
Pena será dizer que não foram criadas as condições e tomadas as medidas necessárias para a sustentabilidade máquina energética com base em energias renováveis, limpas e amigas do ambiente. Todavia, o progresso não pode parar, e sem energia, não há progresso.
Por outro lado, a própria balança comercial do estado não consegue manter um equilíbrio razoável e sustentável com tão pesada factura, uma factura que pune o não desenvolvimento e a incapacidade de auto-sustentabilidade energética do estado.
A verdade é que a questão da energia nuclear, que ultimamente tem sido referenciada, tem muitas facetas que, inclusive, tem criado acesas trocas de opiniões entre analistas económicos e ambientalistas; é pois, um tema que necessita de uma atenta ponderação.
O facto de a taxa de mortalidade na estrada ser inúmeras vezes superior à registada em acidentes aéreos, poderia deixar suspeitar que as pessoas teriam mais medo de andar de carro que entrar dentro de um avião. Todavia, é pois o inverso a verdade, e algo de semelhante se passa também com a energia nuclear. Acontece que, com uma probabilidade baixa, se receia aderir a uma fonte altamente destrutiva. Acresce ainda o problema o problema do tratamento dos resíduos, cujos custos (ambientais e económicos) são muito difíceis de se avaliar, por isso, nestes termos, não é fácil comparar a energia nuclear com alternativas menos incertas.
Muito relevante porém, será lembrar, a proveniência de grande parte da energia importada à nossa vizinha Espanha e os seus inconvenientes. De facto, mesmo que não construamos nenhuma central, o risco já está aqui, mesmo junto à nossa fronteira. O que eventualmente acontecer por lá, atingirá da mesma forma Portugal.
Em suma, a ideia de um Portugal livre do nuclear, pode ter valor enquanto afirmação politica, como questão de principio, mas actualmente, com a capacidade nuclear já instalada na península ibérica, não é propriamente consolador pensar que temos o risco aqui ao lado, até porque, já estamos a sofrer os custos em termos de risco ambiental, e quanto a benefícios?!...nenhuns. Continuamos a importar energia eléctrica espanhola, de proveniência nuclear e continuamos a deixar os nossos engenheiros e investigadores no desemprego, a fazer outra coisa qualquer ou a imigrar, na já famosa “fuga dos cérebros”.
Nas palavras do prof. Luís Cabral, “é como juntar o inútil ao desagradável”.
RJM

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Parece-me inevitável o recurso à energia nuclear em Portugal. O crescimento do consumo energético verificado nos paises industrializados acrescido da inexistência de reservas de carvão/petróleo/gás natural ou de uma rede de barragens hidroelectricas capaz no nosso pais são argumentos de peso.Poder-se-iam pensar em outras alternativas, tais como a energia eólica, solar ou das ondas mas nenhumas destas apresenta actualmente uma verdadeira alternativa pois são de eficiência reduzida e de altissimos custos.Ainda assim temos vindo a observar um cada vez maior desenvolvimento das energias renováveis derivado do aumento excessivo do petróleo. Reconheço os riscos inerentes, mas convem informar que os franceses ínventaram um novo tipo de central nuclear chamadas "de água limpa" muito mais seguras e com muito menor impacto ambiental. De todo o modo penso que ainda não existam os estudos adequados principalmente a nivel financeiro para se avançar no futuro mais próximo, ainda assim e se não existir um grande avanço na área energética(aguardo com expectativa as investigações acerca do uso do hidrogénio) o nuclear é a única fonte capaz de suprir as nossas deficiências.

01:19  

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